terça-feira, 29 de julho de 2008

AVE, CÉSAR????

Como conviver com tamanha insensatez


Vítima de preconceito, do desprezo de religiosos, da desconfiança de donas de casa zelosas, chamado de sujo.., e de gordo! Inúmeras vezes, acusado de disseminar as mais variadas doenças. Ridicularizado, caluniado e difamado. Eu gosto mais é de defumado! Estou, fervorosamente em defesa dele, o Porquinho.

E sem segundas intenções! Não é porque o meu gordinho é torcedor do Palmeiras, nem tão pouco por seu peculiar apelido. Nada tão particular ou pessoal assim... É sem desculpas que confesso nunca ter tido o menor remorso em cortar, picar, desfiar e, principalmente, devorar-lhe as carnes.

Mesmo alvo de duras críticas, mesmo sendo alardeado aos quatro cantos os malefícios de seu consumo, e com as nada elogiosas citações bíblicas a seu respeito, para mim o Porquinho é o que há!

(Refletindo sobre algumas passagens: ninguém diz (eu nunca ouvi): “Quem com galinha anda, minhoca come” ou “Não jogue suas pérolas às avestruzes, pois as comerão pensando serem ervilhas enlatadas”. São sempre os porcos que ganham má fama. Tem sempre alguém para rebaixá-los.

Quem é o melhor amigo do porco nas HQs? O Superman? A Mulher Maravilha? Não! Nem o Fred Flinstone. Sobrou quem? O Cascão (sem querer diminuir o Cascão, pelo amor de Deus!).

Filmes? A única vez que o vi no papel principal, seu personagem tinha um problemaço de personalidade, e o acusariam de falsidade ideológica aqueles que não o poupam de nada, nem de moedinhas na barriga de louça de seu priminho.

Ao contrário do que falam as más (muito más e sem paladar) línguas, o porco é um bichinho muito seletivo, não gosta da sujeira e quando suja sai de perto. Afirmar que chiqueiro é sujo, é digamos, no mínimo uma tolice. Os chiqueiros de hoje são chiques, perfumados, com música ambiente e ultra hiper modernos. De dar inveja a muita casa de madame. Posso afirmar sem sombra de dúvidas, ou medo de ser injusta, que há quartos de adolescentes que são verdadeiras pocilgas se comparados aos “chiqueiros”.

Com uma dieta balanceada e cardápio de alimentos orgânicos, o Porquinho contemporâneo é muito mais saudável que muita galinha do interior ou urbana, e nem adianta fazer cocoricó com sotaque, que as gringas, com suas gripes estranhas, não devem nem abrir o bico. Eu, nem! Eu quero é provar mais dez reais de pururuquinha.

O avanço das técnicas de criação dos suínos resultou num tipo de carne 35% menos gordurosa, 20% menos calórica e com uma concentração 15% menor de colesterol ruim, fornecendo mais ferro e potássio. É bom saber ainda que, quanto às toxinas de um Boizinho (mesmo os da mais alta estirpe) estas levam em média 72 horas para serem eliminadas do nosso organismo, enquanto que o Porquinho está “liquidado” em 24 horas.

No meu cardápio não há lugar para discriminação. E vamos dar a César o que a ele pertence: todas as carnes têm seu sabor especial, mas pense..

O que é um feijão sem um pezinho, uma costelinha ou até uma orelhinha, huuummm? Não é qualquer Tutu que fica bem sem um “baconzinho” ou uma lingüiçinha. Natal sem pernil? Misto quente sem presunto? Churrasco sem toscana? Impossível imaginar tanta falta de sabor! Não sou poetisa nem tampouco compositora, mas quem, em sã consciência, após os prazeres da degustação, entre uma garfada e outra, não desejaria declamar seu amor ou cantar em verso e prosa toda a satisfação de uma refeição? PORCOS, CÉSAR!!!