quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Descoberta em Brasília uma Nova Tribo

O OUTRO LADO DO ESPELHO


Resolvi escrever este texto para falar de uma nova tribo que desembarcou em Brasília, a "Tribo das Sem Espelho". Conversando sobre isto com minha sobrinha, ela me “cutucou” para que eu fizesse uma observação mais acurada e menos superficial do assunto.
Tentei me aproximar ao máximo disso, e passei a observar tudo e todas, por um outro ângulo.
Por estar tendo um contato quase diário, com uma de suas mais fiéis adeptas, passei a conversar mais com ela no intuito de conhecer melhor “esta filosofia”, este “novo estilo de viver e vestir-se”.
Conversamos sobre vários assuntos, de culinária a política, e aprendi a respeitá-la bastante.Um dia, o assunto descambou para a tal "felicidade”, achei engraçado seu modo de afirmar (ai, inveja mata!), tão categoricamente que, era uma pessoa MUITO FELIZ! Quase perguntei- lhe se o fato de ser uma “sem espelho” influenciava diretamente nesta “felicidade” - calei-me a tempo. Ela explicou de maneira simples e objetiva: “Sinto-me uma pessoa feliz porque sou segura do que faço, do que posso realizar, do que pude fazer. Realizada no presente e, segura do futuro. Encontro felicidade nas coisas que faço e nas minhas descobertas diárias”. Aquilo caiu como uma bomba dentro de mim, todos meus terminais nervosos se alvoroçaram, aquele pensamento fazia eco a muitas das minhas reflexões a respeito. E não foi nem tanto pelo que foi dito, e sim do como foi dito.
A segurança a que me refiro e, acho a qual ela também fazia referência, não é esta comumente confundida com estabilidade. Não é aquele negocinho meio morno, meio sonso, que acreditamos ser necessário conquistar. Não! A segurança é uma coisa maior. É uma coisa mais interior/exterior.
E é difícil, principalmente quando não conhecemos as coisas simples assim, não conhecemos a trilha da simples auto-estima. Quantas vezes temos diante de nós pessoas aparentemente “seguras” e nem por isso felizes, por que são inseguras de si, mas estáveis de um modo geral. É esta semelhança entre segurança e estabilidade que nos confunde e, faz com que esta segurança seja assombreada, não lhe damos a devida importância. O quão importante para nossa caminhada é o ver-se, o sentir-se segura.
Se você está feliz no casamento é obvio que isto é resultado de um conjunto de fatores, que se fortalecem quando você está plena, segura, centrada e em equilíbrio. Esta felicidade tende ser mais longa, mais forte e auto–sustentável.
Profissionalmente, você sente-se mais feliz se, seu desempenho e criatividade, são realmente valorizadas; o que não raramente acontece quando você está segura, confiante, tranqüila e firme.
Você pode chegar ao ápice da felicidade se suas relações são harmoniosas, amistosas, baseadas em confiança e lealdade, o que pode ser obtido quando se está segura de sua individualidade e das suas limitações. Confiante dentro de uma troca de energias positivas e, evolucionárias.
A harmonia, a cumplicidade e a interação fazem parte do cotidiano de uma pessoa que está segura de si mesma, no contexto em que está, da sua realidade, suas expectativas e desejos.
Ou seja, a felicidade é uma conseqüência natural no dia a dia daqueles que conseguem ser mais seguros de si mesmos, do seu papel e da sua vida.
De novo, olhei para “minha colega” com novos olhos.
Não que eu tenha deixado de me “absurdar” com a tal modinha: botas cowboy, saias indianas, diversos tipos de blusas com estampas de onçinha, girafinha, tigrinho, sem falar nos óculos de zebrinha. Um verdadeiro safári. Sua mistura de cores, texturas e estampas, ainda me causam verdadeiro espanto, e às vezes pânico (vai que isto pega?)
Mas vi que, ela se sentia, se via e era, verdadeiramente feliz e linda, em seu “new style”. Firme, forte, segura, sem aquela pieguice do – “Não ligo para o que os outros falam!”. Sua autoconfiança transbordando, dando aquela sensação de raridade, de ser única, indescritível, indefinível e sem similares. Invejável mesmo!

Algumas das mulheres, adeptas dessa nova Tribo, querem apenas mostrar o quão podem ser revoltadas com os ditadores da moda em geral.

Outras, nem tão seguras, nem tão revoltadas. Que ao contrário desta "minha colega”, aderiram à nova Tribo por pura falta de onde colocar sua total ineficiência diante de um espelho; por sua profunda falta de senso e de estética; pela acentuada ausência do famoso “Semancol”.

E, há aqueles casos, daquelas moçoilas, cujo maior desejo é chamar a atenção. Esquecendo-se que poderiam pendurar uma melancia quadrada (criação fashion da Embrapa), que obteriam o mesmo objetivo.

Ainda bem que, para “ser” segura e “sentir-se” tipo assim, tão feliz, não é necessário aderir a esta nova Tribo. Há pessoas que o melhor é, nem pensar no caso. É o meu caso, especificamente, eu que desejaria ser mais eclética (e generosa comigo mesma) no quesito moda.Sou o tipo inseguro normal.
É que, digamos, sigo uma tendência mais para o “classiquinho moderninho”, com uma pontinha inegável de piriguetisse (de pirigueti) e uma porcentagem relevante de peruísse (de perua mesmo). Neste meu mundinho é necessário ter um firme controle, para não sair como destaque no bloco do exagero; posto que, se deixar, eu brilho.
Graças a Deus, tive alguém que me desse freio, senão me transformaria num “corpo celeste”, com todo o esplendor “over” que teria direito.

Portanto, para o bem estar e alegria do meu espelho e felicidade geral de uma família pseudo-discreta; parafraseando e parodiando - Lady Kate –” GRAMOUR EU TENHO DE SOBRA, O QUE ME FALTA - ME É DINHEIRO!”(Zorra Total Prog. Humorístico – Globo – Brasil).
E, decididamente, um pouco de modéstia também me cairia bem...

Venham Tribos, estaremos aqui sempre dispostas a desvendar-lhes os segredos, seus mistérios e filosofias em toda sua multiplicidade.

Um comentário:

Luciana Macêdo disse...

Estou retribuindo a visita e me deparo com esta novidade, pelo menos para mim. Não conhecia esta " nova tribo", interessante desde que a escolha seja feita para ser feliz e não para agradir os que se preocupam com a aparência, estilo e moda. O importante é sentir-se bem, seja de chinelos de borracha ou em cima de um salto alto, com uma camisetinha básica ou em uma camisa de seda com estampa de oncinhas...
Sou bastante seguro do que gosto, do que fica bem para mim e me preocupo sim com que vejo refletido no espelho. Para a minha felicidade preciso gostar do que estou vendo.

Sobre as flores comstívies, infelizmente não conheço fornecedores por aqui. Qualquer novidade aviso.
Beijinhos!!!